sexta-feira, 31 de outubro de 2014

Diva e Divã

Diva e divã, diva e divã, diva e divã... Palavras tão semelhantes, mas pertencentes a mundos tão diferentes. Que pessoa teria a capacidade de unir essas duas palavras no mesmo contexto? Diva e Divã.

Diva: adjetivo ou substantivo comum, simples, feminino, singular, dissílaba, paroxítona. Do Latim, Divus, que significa deusa. O quê? Ele disse deusa? Ah meu Deus! É blasfêmia, heresia, idolatria, bruxaria, queima! Nããão, não, não, não, não... Me perdoem os legalistas de plantão, mas não é esse tipo de alusão que eu pretendo fazer aqui. Eu não vim falar sobre teologia. Prefiro ficar com a definição mais técnica e menos espiritual da palavra diva, se é que vocês me entendem. O conceito mais contemporâneo. Mulher encantadora, forte, charmosa, incomum, maravilhosa, segura, brilhante, bela, autoconfiante. Personificação de uma mulher que seja exemplo para outras, que sirva de inspiração. Diva é aquela mulher que não perde a compostura nem mesmo nas discussões mais ásperas. Não, você não vai ter o gostinho de vê-la descer do salto, porque até quando ela repreende, o faz com classe. Firme, mas com classe. Diva é aquela que consegue estar elegante mesmo de camiseta e tênis, caminhando numa terça de manhã. Ela é sóbria no falar, mas sabe se fazer ouvir. E como sabe!! E apesar de uma certa imponência intimidadora, tem o coração mole. Ela é empática, chora pelos seus e com os seus, mas no que diz respeito a si mesma é firme e exigente. A diva é discreta no ouvir. Ela sabe dar ouvidos.

E num mundo onde a satisfação egocêntrica dos desejos tem se tornado o padrão de procedimento da maioria, uma empatia sincera e desinteressada tem sido rara e é digna de louvor.

E falando em dar ouvidos... O divã: substantivo comum, simples, concreto, masculino, singular, dissílaba, oxítona. O divã, uma representação quase icônica do tratamento do ser, da correção dos desvios, do pagamento voluntário das dívidas, da alma despida, nua, desnuda. Da confissão inerente, iminente ou já aparente. A transparência da redenção, a limpidez da confissão, o alívio da libertação. O divã tem esse poder. O Éden foi o divã de Adão. O Moriá foi o divã de Abraão. Peniel, de Jacó. Egito, o divã de José. De Moisés o deserto foi divã. De Sansão, a cegueira. Natan, foi o divã de Davi. A glória, o divã de Salomão. A prostituta foi o divã de Oséias. E a cruz, a cruz foi o divã de Cristo, onde confessadas as mazelas, expostas as vergonhas, denunciadas as chagas, há tratamento para toda a alma vivente.

Diva e divã, duas palavras tão semelhantes de mundos tão diferentes. Poucas pessoas as consegue reunir. Mas com certeza uma delas está aqui hoje.

Nossa pastora, apóstola, psicóloga, amiga, mãe, e com todo respeito, nossa malvada favorita. E não me entendam mal. A malvadeza dos bons especialistas não está nas suas condutas, mas na imaturidade dos pacientes. São as crianças que consideram o dentista e o enfermeiro malvados, pôr as terem feito sentir dor em uma obturação realizada ou na picada de uma injeção. Porque as crianças não sabem o benefício que está por trás da dor. Elas são imaturas, não compreendem. Mas nós maduros, adultos, gente grande, entendemos, ou pelo menos deveríamos entender, que... Como diz mesmo aquela expressão em inglês? “No pain, no gain”. Traduzindo: sem dor, sem ganho. Se não dói, não trata. E nós sabemos disso, por isso não leve a mal nossas brincadeiras. É que só às vezes nós gostamos de ser um pouquinho crianças e ficar só um pouquinho de bico pela dor que sentimos, sabe? Mas só até a próxima consulta. Eu escolho o tratamento do divã da vida. O divã da diva.

A diva que não devendo divagar em devaneios de dúvidas, devido a uma dívida de vida, tem o dever deveras de devolver ao divino a devoção que lhe é devida.

 Divaguei. Enfim...

 Diva e divã. Afinal de contas, a diferença é apenas um ac(ss)ento.
 
Autor: Paulo Victor de Souza

Adriana Pacheco

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Itajaí, SC, Brazil
Adriana da Silva Pacheco – CRP 12/01.899 • Psicóloga formada pela Universidade do Vale do Itajaí/SC – 1996 • Experiência na área clínica. • Apóstola no Ministério Internacional da Restauração em Manaus (12 da equipe dos Ap. Renê e Ana Marita Terra Nova). • Pastoreia junto ao seu esposo, Ap. Wagner Pacheco, a Igreja Apostólica Sukkah - MIR Itajaí • Supervisora de Pastores e Líderes da Visão Celular no Modelo dos 12 no RS, SC e PR. • Coordenadora do ProJetro – Programa de Aconselhamento. • Coordenadora do SOFT - Serviço de Orientação Familiar Terapêutico.

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